[Atualizado] Peça teatral apresentada na 15ª Mostra Regional de Teatro de Fernandópolis em 2009.
“A Chapeuzinho está mais esperta, o Lobo mais burro. E pra ajudar ela recebe visitas incríveis na floresta. Tem gente misturando as coisas nessa maravilhosa aventura onde toda criança gostaria de dar uma lição nas criaturas malvadas dos contos de fadas, não economize essa doce vingança!”.
CHAPEUZINHO EM DOSE DUPLA
Betho Ragusa
CIA VIRA VOLTA
CHAPEUZINHO 2007.
Escrita por: Betho Ragusa
Personagens:
Vovó do mundo real, e Vovó de Chapeuzinho.
Menina do mundo real é também a Chapeuzinho Falsa.
Lenhador é também o caçador.
Bruxa da Branca de Neve passa a ser a Mãe de Chapeuzinho
Lobo-Mau
Príncipe da Bela Adormecida
Chapeuzinho Vermelho
Dona Cebola
CENA 1
(Vovó e menina surgem do fundo do palco conversando, a menina é elétrica e a vovó bem calma e sorridente).
Menina: Vovó, não estou com sono!
Vovó: Minha netinha, não é hora de uma criancinha linda como você, estar acordada.
Menina: Eu só vou dormir se a senhora contar uma história pra mim.
Vovó: Tudo bem, espertinha, vamos então para seu quarto. (Sobem ao palco, há somente a cama da netinha, e o livro da história “Chapeuzinho Vermelho” sobre a cama).
Menina: Pronto, vovó. Pode começar a contar.
Vovó: Então, oh... O livro já está aqui. Vou te contar a história da menininha que ficou muito conhecida por usar uma capa com capuz vermelha, a Chapéuzi (...).
Menina: Ah, não vovó, eu já cansei de ouvir essa história. O final é sempre o mesmo, e não gosto do Lobo Mau, ah se eu conhecesse ele pessoalmente, daria uma surra naquele bicho.
Vovó: Ah, então você não sabe da outra história? (coloca o livro do lado).
Menina: Que outra história?
Vovó: Bem, espere e verá, dessa vez será muito diferente. E o lobo mau não é nem um pouco assustador, (à parte) é só pra disfarçar...
Menina: Então conta logo vovó.
Vovó: Deixa comigo(...) “Naquela manhã, os pássaros cantavam (barulho de pássaros,as luzes se apagam, a menina sai escondida e vai trocar de roupa para se transformar em Chapeuzinho Vermelho) os cavalos passavam a todo vapor em frente da casa de Chapeuzinho. Ela acordou diferente (a cama é retirada, deve ser posto o cenário da cozinha da casa de Chapeuzinho no local) tinha uma alma atrapalhada dentro dela, sua energia parecia estar a mil....e claro, realmente estava. (assim que a montagem é terminada, a vovó também sai, para ser transformada na vovó da história, as luzes finalmente se acendem ao som de uma música para a entrada de Chapeuzinho, que entra toda atrapalhada tentando por a capa.).
CENA 2
Chapeuzinho: Mamãe...Mamãe? Mas que coisa, essa capa diminuiu, ou eu engordei...(tenta e cai no chão com a capa).
Lenhador: Oi, tem alguém aí..
Chapeuzinho: Ai...Ui...Ai..
Lenhador: Chapeuzinho, você está bem?, Você caiu, está doendo? Não ne?
Chapeuzinho: Não, só dói quando eu respiro. Ai, ui, Ai, ui. (vai saindo).
Lenhador: Hei, preste atenção minha amiguinha, vim da floresta ate aqui, para dizer que sua vovozinha esta doente. Que você como neta dedicada deve-lhe levar estes remédios a ela, pobre coitada (mostra a folha). Está de cama e não pode nem mexer com sua hortinha. Até mais (Sai.).
Chapeuzinho: Oh, minha vovozinha, (grita) mamãe!
Mamãe: O que foi, minha filha?
Chapeuzinho: O lenhador trouxe este bilhete da casa da vovó. Ela está de cama, doentinha (a mamãe lê).
Mamãe: Vou agora mesmo providenciar, você aproveita e leva alguns doces e bolos a ela, vamos preparar...(música, elas dançam e Chapeuzinho Vermelho faz trapalhadas na cozinha, derruba algo, esconde. Quebra algo, etc...Ao final a mamãe coloca a capa na Chapeuzinho e diz): Tome cuidado com a floresta, e não fale com estranhos.
Chapeuzinho: Ah mamãe, não sou mais um bebê ne... Alô...
Mamãe: Sei, então vá, e dê lembranças a vovó...
(elas se abraçam e Chapeuzinho sai, as luzes então se apagam, o cenário da floresta deve ser posto, ao som de uma música animada.).
CENA 3
Chapeuzinho Vermelho (cantando): Pela estrada afora eu vou bem sozinha, levar esses doces para... para... Pra quem mesmo? Ah, deixa pra lá. Oh, que belo dia. Eu caminho sozinha, levando esses doces para a minha vovozinha (sussurrando) Logo aquele lobo patife vai aparecer, he, he... Nunca mais ele vai querer comer a vovozinha dessa história e(...)
(Surge a cebola, preocupada)
Dona Cebola: Eu sou a Cebola, sou preferida por todas as cozinheiras, na cozinha não posso faltar e quem mexe comigo, todas às vezes tem que chorar...(Chapeuzinho arregala os olhos assustada.)
Chapeuzinho: De onde a senhora surgiu? De qual horta? Você não pode estar aqui.. dê o fora...
Dona Cebola: Me desculpe, mas estou à procura dos meus filhos, O Cebolinho, Cebolonho e Cebolunho, eles devem ter se perdido por aqui.
Chapeuzinho: Ah, sim. E devem ser lindos. Três cebolas perdidas pela floresta. E se o Lobo Mau aparecer?
Dona Cebola: Oh, não diga uma coisa dessa menina.
Chapeuzinho: Me desculpe, é que tenho uma tarefa a fazer. E..
Dona Cebola: Eu sei, levar esses doces para a vovozinha. Aí vem o Lobo e...
Chapeuzinho: Errou... Errou. Dessa vez vou acertar as contas com o Lobo.
Dona Cebola: Mas você é uma menininha muito nova, e o Lobo é grande e perigoso.
Chapeuzinho: Não se preocupe, sei como enganar ele.
Dona Cebola: Tudo bem, então tome muito cuidado. Mas antes, (olha pra platéia) Alguém viu meus filhos? Não...
Chapeuzinho: É claro que ninguém viu, muito obrigada. A senhora foi uma ótima companhia. Até mais (vai puxando a Dona Cebola para algum lado ate sair de cena).
Chapeuzinho: Ah, enfim só. A não ser que resolva aparecer uma senhora bondosa me oferecendo maças...e...(Surge a bruxa da Branca de Neve, mas como senhora boazinha).
Bruxa: Olá, minha querida...
Chapeuzinho: Não vou comentar mais nada. Olá senhora bondosa (olha pra platéia) Imagino que trazes nesta cesta, maças saborosas.
Bruxa: Claro. Muito saborosas. Não aceitas uma?
Chapeuzinho: Não, a senhora esta procurando uma casinha pequena. Pois não fica por aqui não. Não me chamo Branca de Neve. Mas será possível que vocês estão me perseguindo.
Bruxa: Aceite uma maça querida.
Chapeuzinho (disfarçando): Aceito. (pega a maça, disfarça e enfia na boca da Bruxa, que sai cuspindo, e ainda sai pelo lado errado, Chapeuzinho grita ela e faz ela ir pelo outro lado) Errando o caminho, pergunta lá para o teu espelho se existe alguma menina mais esperta do que eu. Ora, faça o favor, ne?.
Chapeuzinho: Esse lobo está demorando pra aparecer... Acho que devo descansar um pouco. (deita, e logo dorme.).
Dona Cebola: Olá, vocês sabem, sou uma cebola, sou preferida por todas as cozinheiras, na cozinha não posso faltar, ai de quem mexer comigo, com certeza irá chorar... Estou a procura do Cebolinho, Cebolonho e Cebolunho. Vocês não sabem onde eles estão? (vê Chapeuzinho) Essa menina não pode dormir... A cada dia que passa, mais diferente fica essa história. Bons tempos na horta, em que mamãe, contava a história da Chapeuzinho Vermelho. Menina doce e ingênua. Não se fazem mais contos como antigamente. (sai).
(Chega o príncipe da Bela Adormecida).
Príncipe: Por onde deve ser, o castelo de minha doce princesa, presa por uma maldição num castelo cercado por grandes espinhos.
(Chapeuzinho acorda e vê que é um príncipe, volta afingir que dorme).
Príncipe: Ora, e quem será essa que também dorme como, como. Mas é apenas uma menina...
Chapeuzinho (sussurrando): Sou eu..
Príncipe: Eu quem?
Chapeuzinho: A Bela Adormecida, que aguarda o beijo de um príncipe.
Príncipe: Mas, você e tão pequena, parece um anão...Da Branca de Neve!
Chapeuzinho (levantando furiosa): Agora ele misturou tudo! E a sua mãe, vai bem? Então, mais um que se perde. Creio que o castelo que você procura fica pra lá (aponta a direita do palco) você já é o segundo que aparece aqui e nada do lobo. Você esta atrapalhando minha história.
Príncipe: Me desculpe, jovem criança pelo incômodo. Já vou indo.
Chapeuzinho: Ah, não vai embora não...Tem certeza que você precisa encontrar essa princesa? Não serve uma Chapeuzinho Vermelho?
Príncipe: Me desculpe, não podemos misturar as histórias...
Chapeuzinho: Olha quem fala... Então suma daqui. (O príncipe sai, então Chapeuzinho percebe que há uma placa caída ao chão e quando levanta, percebe que mostrou ao príncipe, o caminho errado, faz cara de tacho, e sai. Vai retornar pelo fundo da platéia).
CENA 4
(Chapeuzinho Vermelho entra pelo fundo olhando para os lados, do outro lado O Lobo se prepara para o primeiro encontro. Quando Chapeuzinho chega no palco, O Lobo aparece e a surpreende)
Lobo: Ora, ora... Se não é a doce (lambe os beiços) e apetitosa, digo maravilhosa.. Chapeuzinho Vermelho.
Chapeuzinho: Ora, ora, se não é o asqueroso, digo honroso, e idiota, quero dizer patriota, Lobo.
Lobo: Hum, não gostei, você esqueceu de dizer a palavra “mau” depois do Lobo.
Chapeuzinho: Lobo Mau? Creio que o senhor já tenha perdido a fama de mau, as crianças não têm mais medo do senhor.
Lobo: Não. É mentira, elas têm sim. Posso provar. (olha pra platéia) Tem ou não tem?
Chapeuzinho: Está bem. Mas posso ajuda-lo, seria interessante.
Lobo: Não, tudo que tenho a fazer, é lhe perguntar onde está indo.
Chapeuzinho: Não se faça de bobo, o senhor sabe que estou indo na casa de minha vovozinha, levar essas guloseimas pra ela, e estes remédios também, ela está doentinha e não pode sair da cama, pobrezinha...
Lobo: Agora sim... Olha, conheço uma trilha que vai dar lá também na casa de sua vovozinha.
Chapeuzinho: Hei, eu nem disse onde ela mora, como sabe que vai dar lá também... O senhor vai dar? Ou a casa?
Lobo (furioso): Nenhum dos dois, eu quis dizer que conheço um caminho que fará você chegar mais cedo lá.
Chapeuzinho: Ah..., Não entendi!
Lobo: Ora, esqueça. Tudo que tem a fazer é ir por ali. (ele mostra o caminho mais longo, como na antiga história, e ela sai).
Lobo: Foi mais fácil do que eu pensei. He. Agora posso ir na frente e chegar primeiro que ela, quando ela chegar lá, eu já terei almoçado a vovozinha, esperando a sobremesa... Que prato maravilhoso. Quero comer Chapeuzinho com geléia de morango.
Cebola (entrando): Como sabem, sou a Cebola (mesma fala de sempre, o Lobo não se conforma de haver uma cebola na história).
Lobo: Você está na história errada, não te disseram isso?
Cebola: Vejam só, se não é o poderoso Lobo- Mau.
Lobo: Agora gostei. Você precisa dar algumas aulas aquela Chapeuzinho Vermelho, ela se esqueceu disso!
Cebola: Sr. Lobo Mau, aquela menina se esqueceu de muitas coisas. Peguei ela dormindo aqui na floresta. Ela não está normal, há algo de errado.
Lobo: Vou investigar.
Cebola: Como sabem, sou a cebola (tenta começar a mesma história de sempre, só que o Lobo dá uma paulada nela, e ela fica meio boba e sai cambaleando)
Lobo: Essa cebola ainda vai pra panela, guardem o que estou dizendo.
(O Lobo sai, e aparece a Chapeuzinho que estava o tempo todo escutando a conversa dos dois).
Chapeuzinho: Caminho mais curto. Sei, onde isso vai dar! Minha chance chegou...(sai sorrindo, enquanto passa sorridente, a verdadeira Chapeuzinho Vermelho cantando a velha música, e desta vez certa.)
(O palco se fecha, começa a montagem do cenário da casa da vovozinha, enquanto isso, no meio da platéia. A falsa Chapeuzinho encontra o caçador).
Caçador: Oh, minha pequena, o que fazes no meio da floresta perigosa?
Chapeuzinho: Eu te conheço?
Caçador: Ora, sou o caçador.
Chapeuzinho: Ah, ta bom... Já vi de tudo aqui hoje. Cebola falante, Príncipe, Bruxa..
Caçador: Tome cuidado, um lobo percorre a floresta atrás de alimento.
Chapeuzinho: Ah, esse corre atrás de qualquer coisa, o que é isso aí em seu bolso, senhor caçador?
Caçador: É uma planta muito perigosa, que além de ser apimentada quando comida, produz uma coceira interminável, quando é passada no corpo. Chama-se “manira do campo”.
Chapeuzinho: Huummm, o senhor sabe onde posso encontrar isso? Minha mamãe precisa disso há muito tempo...
Caçador: Claro, venha comigo, lhe mostro. (os dois saem).
CENA 5
(O palco se abre, a vovozinha está com a sua netinha verdadeira).
Chapeuzinho: Mas vovó, está tudo bem mesmo?
Vovozinha: Não vê? Ora, só estou com um pouco de gripe minha netinha.
Chapeuzinho: Sinto que há algo de errado. Eu não vi nenhum lobo pela floresta vovó, e quando eu chegaria aqui, o certo é vê-lo no lugar da senhora...
Vovozinha: Não se preocupe minha querida, tudo irá se acertar.
Chapeuzinho: Vou deixar as guloseimas aqui. E agora vou te dar os remédios...(serve os remédios, dois vidros de xarope). Ainda sim, está acontecendo algo de muito estranho. O Lobo deveria estar aqui, chegar antes da Chapeuzinho... É assim a história. Estou com medo vovó.
Vovozinha: Já disse, fique fria, digo... Acalme-se.
(Enquanto a verdadeira Chapeuzinho ampara sua vovozinha, a dona Cebola vem do fundo do palco querendo falar sua velha fala de sempre e desta vez quem a encontra é a mamãe da Chapeuzinho falsa, que está passando pela horta (o mundo real é paralelo ao da história em questão, por isso alguns personagens não se conformam da bagunça que está havendo).
Mamãe: Minha nossa, que cebola enorme...Tempero para o ano todo!
Cebola: Olá senhora... Procuro pelos meus filhos, o Cebolinho, Cebolonho e Cebolunho... A senhora sabe onde posso encontra-los?
Mamãe: Venha comigo, sei perfeitamente onde você pode encontrá-los.
Cebola: Como assim? Pra onde a senhora quer me levar?
Mamãe: Relaxe, não vai doer nada, só vou fazer um belo tempero com cebola, alho, pimentão, orégano e sal. É rapidinho...(sai puxando a Dona Cebola).
Lobo (surgindo): Uma já foi hehehe. Agora vamos ao que interessa. (chega perto do que supostamente é a entrada da casa da vovó, lá do fundo também, surge a Chapeuzinho falsa, com um maço da tal erva)
Chapeuzinho: Minha nossa, estou atrasada, tenho que pular a janela. (da a volta e entra na casa da vovó, o Lobo está cheirando e fungando na porta, senta na escada, para deixar a cena das três correr)
Chapeuzinho: Olá pra todas, vovó!?
Vovozinha: Duas?
Chapeuzinho Verdadeira: Ah não. Então tudo se encaixa, você roubou meu lugar.
Chapeuzinho Falsa: Vamos deixar as heranças pra depois, escutem, se escondam o Lobo está vindo aí, aliás creio que esteja perto da porta, então se escondam, já.
Lobo: Estou com uma sensação nem um pouco agradável, e não é vontade de soltar um pum.
Lobo:Vovó... A sua netinha chegou.. trazendo guloseimas e remédios para a vovozinha... – isso é ridículo – Vovozinha...
Chapeuzinho Falsa: Entre minha netinha, o ferrolho... - É isso mesmo o nome daquilo, ah, não importa.. - Está aberta!
(O Lobo entra, e vai até a cama. Espanta-se)
Lobo: Nossa vovozinha, você diminuiu de tamanho, parece tão pequena.
Chapeuzinho Falsa: Depois de velha a gente vira criança de novo. Nossa, mas que olho grande minha netinha.
Lobo: É pra te olhar melhor minha vovozinha... Mas já estamos nessa parte?
Chapeuzinho Falsa: Estamos... (puxa o Lobo de novo)continue...
Lobo: Estranho.
Chapeuzinho Falsa: E que braços grandes... E fedidos!
Lobo: Como? Vovozinha... Como fala assim de sua netinha, estou cheirosinha.
Chapeuzinho Falsa: Está nada, que porquinha, sua mãe não te dá banho não? Tenho aqui uma erva que irá tirar esse cheiro ruim e ainda te dará a sensação de realização... Energia, para se alimentar mais e mais.
Lobo: Sério? Sério... Vovozinha linda do meu coração, acho que vou aceitar a erva. (pega e passa pelo corpo todo) Quando que acontece o efeito de realização?
Chapeuzinho Falsa: Em breve minha netinha... Ou melhor, Lobo Mau! (se apresenta, a vovozinha e a Chapéu verdadeira se apresentam)
Lobo: Ora, ora. Um plano dessa falsa Chapeuzinho para me enganar... Vocês verão o que irei fazer (sai correndo atrás delas, a vovozinha não corre muito, o Lobo a agarra, mas a Chapéu falsa, pega uma frigideira e dá na cabeça dele. Que grita ai ai, e logo a erva começa a agir.)
Lobo: Nossa, está subindo um calor..
Chapeuzinho Falsa: É o sentido de realização, não disse?
Lobo: Ai, ai, que coceira, sua danada, o que é isso? Socorro, Chapeuzinho Vermelho, afinal qual das duas é a verdadeira, socorro! (pula na platéia, logo surge o caçador)
Lobo (aos berros): Caçador, me leve longe daqui, aquela menina é muito má, parece vilã, ela é malvada, me tire daqui. Socorro!
(O caçador leva o Lobo, as três dão risadas e se abraçam... a Chapeuzinho pode questionar o desaparecimento da Dona Cebola, para ficar mais bonito, então o pano se fecha para voltar ao cenário inicial da peça, ao som de uma musica animada, detalhe: em baixo da cama há a cesta de guloseimas e o remédio de uma das Chapeuzinhos, debaixo do travesseiro dela, o capuz).
(O pano se abre, e lá está a vovó e a menina felizes e alegres)
Menina: Nossa, vovó que historia legal!
Vovó: Gostou, viu, eu disse que essa seria diferente!
Mamãe (entrando): Mãe, ainda não colocou minha filhota pra dormir?
Vovó: Eu estava contando uma historinha pra ela.
Mamãe: Gente, eu encontrei uma cebola gigantesca no quintal, fiz tanto tempero!
Menina: Cebola?? Será que..
Mamãe: Uma cebola falante gente, uma tagarela. Vocês a viram?
Vovó: Não...
Menina: Eu também não. Não vi nada...
Mamãe (beija a mãe e a filha e sai) Durma bem.
Menina: Vovó, estou tão cansada (boceja) A senhora não sabe o quanto eu gostei da história e se eu te contasse uma coisa, não acreditaria em mim, (boceja, tira uma capa vermelha debaixo do travesseiro, se espanta, a esconde novamente e se vira, dormindo em seguida).
Vovó (conferindo se ela já esta dormindo): Nem você minha netinha, nem você! (come os doces da cestinha, ri bastante, beija a netinha, e pisca pra platéia, saindo de cena, e o pano se fecha).
Fim? Ah, dizem que o Lobo está até agora se coçando... E a Dona Cebola, coitada, virou tempero mesmo!
Homenagens:
1- Rita Aparecida de Cássia: Co- autora do personagem ‘Dona Cebola’.
2-
“A não ser que resolva aparecer uma senhora bondosa, me oferecendo maças... / Não vou comentar mais nada”.
(Chapeuzinho Vermelho antes de se deparar com a Bruxa da Branca de Neve, bem no meio da história dela / a próxima frase: resultado do encontro).
FIM.
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
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